segunda-feira, 18 de outubro de 2010

(in)consistências




-Quero compartilhar com você um segredo: meu tiro foi singelo. Tentei dizer a você sem que soubesse. Punha-me vivo naquela infinita trama, uma agonia intensa começou a me lacerar. Tudo por causa dessa mania de deliciosos revanchismos que permite a façanha necessária. Meus arriscados verbos podem agora encerrar em prisão de afetos. Agora gravo seus olhos tênues, com ternura. Sua mudez segura em andrajos. Como se esperasse milagre, pedindo a Deus para se erguer e sair. Foi a morte que se aconchegou em seus braços e pediu silêncio.

Uma certa cumplicidade da escuridão privada. E nunca há polícia nem bom senso por perto.

É cálido aceitar os pecados dos mortos.

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