segunda-feira, 17 de janeiro de 2011

Fecundar-se




-Vejo-me aqui no vazio de sentido é um túnel infinito e minha pele se desfaz turva. Findo-me. Bebo um pouco de veneno diário, queridos, não me queixo deixo a lágrima que segue seu caminho de rugas facilitadas pela cosmética barata. E o dia? O dia se foi com o que resta. Deformada estou. Sozinha com minhas mágoas imaginárias. A flor foi plantada em meu ventre violado. Vendia minha alma em discórdia e tumulto, depois a cama quente e abandonada. E eu representando o papel de mulher ardente. Feita de orgulho e veneno. Não, não se pode viver no vácuo respira-se o ar rarefeito.

Um comentário:

  1. Ah, o vácuo! Cada vez mais presente pelas ruas, pelas casas, pelos seres. Curti muito o texto, de verdade. Parabéns!

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